segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vovô sortiado pra Segunda Guerra Mundial(salvo pelo gongo)!_ Entrevista.


Eu: Vozinho, como se deu o sorteio para guerra? E como o Senhor foi escolhido?

Ozanan: Na época eles sorteavam pela idade,e a gente tinha que fazer um cadastro lá na cidade,aí havia um sorteio e quem fosse chamado, iria sentar praça* na cidade  de Natal por algum tempo,e de lá partiria para Itália.
    No ano de 1945, quando tinha idade de 20 anos, fui chamado.Na época eu morava em Missias Targino(antigo município de Patu) e fui fazer meu registro em Patu.Faltava cerca de um mês para eu ir sentar praça em Natal,quando se ouve a notícia do fim da Guerra e fui dispensado.

Eu: O que o Senhor imaginou quando foi sorteado?

Ozanan: Não tive medo,só pensava em cuprir meu papel.Uma vez que era obrigatório e não poderia contrariar a lei.

Eu: O Senhor teve a chance de conhecer outros sorteados?Qual o sentimento deles diante dessa surpresa?

 Ozanan:  Conheci sim.Posso citar aqui: Francisco de Tota Teixeira,parente de seu avô paterno.
                                                           Apolinário Jales,parente de nossa família
                                                           E Joaquim,conhecido como Quinca de Flozina.
     Eles também não pensaram muito não,só sabiam que tinha que ir para uma guerra na Itália.

Eu: Ah! Eles iam lutar sem saber porque e muito mais,para quem ou pra quê!

Eu: Como o Senhor se sente ao olhar o passado e perceber que toda sua vida dependeria do desenrolar da Segunda Guerra Mundial?

Ozanan: Me sinto feliz,tive muita sorte.Porque se a Guerra tivesse continuado,Provavelmente não estaria aqui pra contar a história da linda e enorme família que eu e minha esposa Seledina construimos juntos.



*Sentar praça: servir como soldado,ao que ele explicou é uma espécie de treinamento.

sábado, 21 de janeiro de 2012

A Burra de Zé Garcia ,há testemunhas de sua existência!





        Hoje a gente se diverte e dá gargalhadas com  o personagem desse burrinho,O Burro Falante.Que aliáis é muito engraçado e todo esse sucesso é devido às características humanas bem misturadas com algumas animalescas.Mas, alguns sabem que não sempre foi assim.
       Em tempos remotos,diz vovô,ter conhecido,um cigano chamado Zé Garcia,lá pras bandas da Paraíba.Naquele tempo era bem comum encontrar ciganos nas estradas ou acampados.Vovô conta que eles andavam em grandes grupos e gostavam de negociar qualquer coisa.Mas sem dúvida o cigano que ficou na história é Zé Garcia....Ôpaaa!Zé Garcia?O Zé não!A Burra!
     E era A Burra de Zé Garcia,a sensação do momento que muitas cidades nordestinas tiveram a honra de conhecer.Aí o leitor deve está se perguntando quais os dotes da falada burrinha,se era aprendida,mansa ou arredia,pra me chamar tanta atenção.
     Eis a verdade: a danada da burrinha chamava atenção por ser tão enfeitada,mas espere aí,pois não era enfeite qualquer não! Apesar da ausência de classe e requinte notáveis,o Zé arrumava seu xodó como uma dama,sem economizar nos laços de fitas,panos coloridos, penduricalhos e companhinha.
     O modo acanalhado que a coitada da burrinha era submitida a se expor,deixou uma herança pra lá de arretada à nós nordestinos em matéria de expressão linguística.E até hoje quando alguém exagera um pouco no figurino ou na maquiagen,dizemos que esse alguém tá enfeido qui só a Burra de Zé Garcia!

                             Tudo isso contou vovô e muita gente embaixo assinou!



Vovô tropeiro







   Vovô com toda ousadia, percorreu esse mundão de Meu Deus,na sua juventude.Fez da necessidade uma grande e instigante aventura.Sua memória de menino nos permite hoje,calvalgar(de mula é claro),junto com ele,todos os lugares  por onde passou,rir dos causos como se, tivessem acontecido conosco e nos tornar fãs de verdeiras figuras nordestinas que ele próprio teve oportunidade de conhecer.Tudo isso e muito mais,acompanhado de um saboroso café e uma roda de amigos debaixo da mangueira!